As abordagens variam desde a relocalização da produção para mercados estratégicos até à diversificação de destinos de exportação e à criação de alianças industriais. No setor automóvel, os gigantes alemães Mercedes-Benz e BMW estão em negociações avançadas para uma parceria que poderá incluir a produção conjunta em fábricas nos Estados Unidos, uma medida explícita para “mitigar o impacto das tarifas de importação”.

Na mesma linha, a Volkswagen Autoeuropa decidiu que o seu novo modelo elétrico de baixo custo, o ID.EVERY1, será produzido em Portugal exclusivamente para o mercado europeu, evitando assim a exposição a futuras taxas norte-americanas. Outras empresas estão a redesenhar as suas cadeias de fornecimento, como o Walmart, que integrou o Vietname na sua rota de expedição de contentores para fugir às elevadas tarifas sobre produtos chineses. A diversificação de mercados surge também como uma solução viável, com empresas exportadoras portuguesas a explorarem os países nórdicos como alternativa aos mercados tradicionais.

A tendência é transversal, afetando até marcas icónicas como a Victorinox, fabricante dos canivetes suíços, que considera iniciar produção nos EUA para proteger a sua faturação num dos seus principais mercados.