A medida, embora vista como um alívio face a ameaças mais severas, levanta preocupações sobre o impacto na economia da zona euro.

A reação inicial dos mercados europeus foi negativa, com as principais praças a negociarem "no vermelho" perante a confirmação das novas barreiras comerciais.

A presidente do Banco Central Europeu, Christine Lagarde, admitiu que a tarifa média efetiva, estimada entre 12% e 16%, ficou "um pouco mais elevada" do que as premissas utilizadas nas projeções de junho do BCE. Ainda assim, Lagarde considerou que o resultado do acordo ficou "muito abaixo do cenário severo" que contemplava tarifas superiores a 20%, o que representa um alívio relativo.

No entanto, a incerteza permanece como o principal desafio para as empresas.

O CEO da Portocargo, Mário de Sousa, alertou que as tarifas "vão dificultar e criam grandes dúvidas", refletindo o sentimento de imprevisibilidade que afeta as decisões de investimento e as cadeias de fornecimento. O acordo, embora traga alguma clareza sobre os valores a aplicar, deixa em aberto futuras negociações e a possibilidade de revisões, mantendo os setores económicos em estado de alerta.

A estabilidade e previsibilidade defendidas pelo comissário europeu Maroš Šefčovič, que classificou o acordo como o "cenário mais favorável" concedido por Washington, contrastam com a apreensão de vários setores que não beneficiaram de isenções e que agora enfrentam um ambiente comercial mais restritivo e competitivo.