A notícia provocou uma reação eufórica na bolsa de Lisboa, com as ações da Corticeira Amorim a registarem a melhor sessão em três anos. A exclusão da cortiça da lista de produtos tarifados foi celebrada como uma vitória estratégica para Portugal.

A Comissão Europeia confirmou que foram asseguradas "isenções significativas – tarifas a zero ou próximas de zero – em áreas importantes", incluindo "recursos naturais indisponíveis, como cortiça".

A APCOR – Associação Portuguesa da Cortiça – salientou que a decisão representa o "reconhecimento internacional da especificidade geográfica única da cortiça", cuja matéria-prima é produzida exclusivamente na bacia mediterrânica, com Portugal como líder mundial. A associação destacou ainda a importância da isenção para a indústria vitivinícola norte-americana, o quarto maior produtor mundial de vinho, que depende da rolha de cortiça portuguesa.

O impacto no mercado financeiro foi imediato e expressivo.

As ações da Corticeira Amorim dispararam mais de 5%, impulsionando o índice PSI para máximos de 2011, superando a barreira dos 8.000 pontos. Os analistas sublinharam que o entusiasmo dos investidores se deveu ao facto de o material derivado da casca de sobreiro ter sido listado entre os produtos isentos, o que garante "maior competitividade no acesso a um dos mercados mais relevantes para o setor" e a possibilidade de "inverter as recentes tendências das exportações portuguesas de cortiça". Este caso de sucesso contrasta fortemente com a apreensão de outros setores, demonstrando como as negociações comerciais podem criar vencedores e vencidos distintos dentro da mesma economia.