Esta decisão visa proteger a fábrica de Palmela do impacto das tarifas norte-americanas, numa altura em que o setor de componentes automóveis apela à estabilidade. A estratégia da fábrica de Palmela, descrita como “anti-tarifas de Trump”, foi confirmada pelo seu diretor-geral, Thomas Hegel Gunther, que declarou: “O nosso plano é produzir o carro elétrico na Europa para os nossos clientes europeus; isto é um aspeto extremamente importante”.

Ao concentrar-se no mercado interno europeu, a Autoeuropa não só evita a exposição direta às barreiras comerciais dos EUA, como também reforça a lógica de `nearshoring`, encurtando as cadeias de abastecimento e aumentando a sua resiliência.

Esta abordagem proativa da Volkswagen contrasta com a apreensão sentida pela indústria de componentes automóveis. Organizações como a CLEPA (Associação Europeia de Fornecedores Automóveis) têm defendido a implementação de um teto tarifário único e previsível de 15% para setores chave, de modo a garantir a estabilidade necessária para o planeamento industrial e o investimento a longo prazo. A decisão da Autoeuropa ilustra, assim, como as grandes construtoras estão a adaptar os seus modelos de produção para um cenário de comércio global mais fragmentado e protecionista.