A Tesla enfrenta a perspetiva de perder uma das suas principais fontes de receita — a venda de créditos regulatórios de carbono — devido a uma nova legislação da administração Trump que elimina os incentivos ambientais. Esta mudança legislativa, apelidada de "Big Beautiful Bill", ameaça uma linha de negócio que, só em 2023, rendeu à empresa de Elon Musk quase 10 mil milhões de euros. Durante mais de uma década, a Tesla beneficiou do sistema CAFE (Corporate Average Fuel Economy), que estabelece metas de consumo médio de combustível para os fabricantes de automóveis. Como produtora exclusiva de veículos elétricos, a Tesla acumulava um excedente de créditos que vendia a concorrentes como a Stellantis ou a Ford, que não conseguiam cumprir as metas de emissões.
Esta receita foi, em vários exercícios, crucial para a empresa evitar prejuízos operacionais.
O analista Gordon Johnson, da GLJ Research, chegou a afirmar que "os créditos regulatórios são a única razão pela qual a Tesla existe hoje em dia".
A nova legislação, ao reduzir drasticamente os requisitos de emissões e eliminar as multas por incumprimento, faz com que a necessidade de comprar estes créditos desapareça.
Analistas da William Blair & Co.
preveem uma redução de 75% na procura por estes créditos já em 2026, com o mercado a desaparecer completamente em 2027. Esta alteração representa um impacto financeiro severo para a Tesla, que vê uma das suas "minas de ouro" em risco de secar.
Em resumoA alteração da política ambiental nos EUA, que põe fim ao mercado de créditos de carbono, representa um desafio financeiro significativo para a Tesla, eliminando uma fonte de receita vital e forçando a empresa a depender exclusivamente da rentabilidade do seu negócio principal.