Numa aliança sem precedentes, as históricas rivais Mercedes-Benz e BMW estão em negociações avançadas para uma parceria que poderá levar à partilha de motores a gasolina. A cooperação, motivada pela necessidade de reduzir custos de desenvolvimento face à norma Euro 7 e pela transição para a mobilidade elétrica mais lenta do que o previsto, visa também mitigar o impacto de tarifas de importação em mercados estratégicos como os Estados Unidos. Segundo a imprensa alemã, a Mercedes-Benz poderá utilizar uma nova geração de motores de quatro cilindros da BMW, o B48, em vários dos seus modelos de volume, como o CLA, GLA, Classe C e Classe E. A Mercedes-Benz, cujo novo motor M252 não é adequado para sistemas híbridos plug-in, encontraria na solução da BMW uma alternativa versátil e já em conformidade com as novas normas de emissões.
Esta parceria pragmática permitiria a ambas as marcas prolongar a vida dos motores a combustão, otimizando investimentos.
Um dos aspetos mais estratégicos do acordo, segundo a Autocar, é a possibilidade de "envolver fábricas partilhadas fora da Europa, uma delas nos Estados Unidos da América, por forma a mitigar o impacto das tarifas de importação para ambos os construtores".
Esta cooperação, que poderá estender-se a caixas de velocidades e outros componentes, assinala uma viragem na indústria, onde mesmo as rivalidades mais acesas cedem perante as pressões económicas e geopolíticas do mercado global.
Em resumoA potencial partilha de motores entre Mercedes-Benz e BMW ilustra uma nova era de pragmatismo na indústria automóvel, onde a colaboração entre rivais se torna uma ferramenta estratégica para enfrentar os elevados custos da transição energética e os desafios impostos por barreiras comerciais.