Enquanto países como Brasil, China, Índia e México enfrentam tarifas penalizadoras que variam entre 25% e 50%, o calçado português beneficia de condições mais favoráveis, o que abre uma janela de oportunidade estratégica. No primeiro semestre de 2025, o setor exportou 36 milhões de pares, totalizando 843 milhões de euros, o que representa um crescimento de 3,7% em valor face ao período homólogo.
Este desempenho contrasta fortemente com as quebras registadas pelos concorrentes diretos, como a China (-12,5%), o México (-19,3%) e até parceiros europeus como Itália (-2,6%) e Espanha (-2%).
Luís Onofre, presidente da APICCAPS, sublinha que o mercado norte-americano “é uma prioridade para o calçado português” e que a conjuntura atual “pode ser a oportunidade para reforçarmos a presença nos EUA, onde cresce a procura por produtos ‘premium’, sustentáveis e com história”. A indústria nacional, que exporta mais de 90% da sua produção para 170 países, está a investir mais de 100 milhões de euros no âmbito do PRR para se afirmar como uma “sólida alternativa à produção massificada e ambientalmente insustentável”.













