As políticas tarifárias da administração Trump estão a provocar uma reconfiguração profunda nas cadeias de abastecimento globais, forçando as empresas a diversificar as suas fontes de produção para mitigar os custos e a incerteza. Um exemplo paradigmático é o do Walmart, que está a expandir as suas operações logísticas para incluir o Vietname como ponto de expedição de contentores para os EUA, numa resposta direta às tarifas de até 55% sobre as mercadorias chinesas, em contraste com um limite de 20% para os produtos vietnamitas.
Esta mudança estratégica não é um caso isolado.
O CEO da Portocargo, Mário de Sousa, alertou que as tarifas criam “grandes dúvidas” e um “afrouxamento das transações”, uma vez que a incerteza sobre futuras taxas dificulta o planeamento a longo prazo. A instabilidade afeta também grandes negócios, como a potencial venda de até 500 aviões da Boeing à China, um acordo que depende do abrandamento das tensões comerciais.
O pessimismo é partilhado pelos diretores financeiros em Portugal, onde 63% identificam impactos nas cadeias de abastecimento devido à instabilidade geopolítica.
Este cenário de disrupção obriga as empresas a adotar modelos de sourcing mais resilientes e a procurar alternativas regionais, transformando a gestão da cadeia de valor numa prioridade estratégica para navegar num comércio global em constante mutação.
Em resumoAs tarifas norte-americanas estão a acelerar a diversificação das cadeias de abastecimento, com empresas como o Walmart a procurar alternativas à China. Esta tendência gera um clima de incerteza que condiciona o comércio global e força as empresas a adotar estratégias logísticas mais resilientes.