A associação setorial APICCAPS destaca o "enquadramento tarifário mais favorável" nos Estados Unidos como uma oportunidade estratégica para reforçar a presença num dos mercados mais importantes do mundo.

Num contexto internacional "muito exigente", o setor exportou 36 milhões de pares, no valor de 843 milhões de euros, o que representa um crescimento de 3,7% em valor face ao período homólogo.

Este desempenho contrasta fortemente com as quebras registadas pelos principais concorrentes: a China recuou 12,5%, o México 19,3%, a Turquia 15,3%, a Itália 2,6% e a Espanha 2%.

Segundo Luís Onofre, presidente da APICCAPS, a indústria portuguesa "tem vindo a ganhar quota face aos principais 'players' internacionais".

A chave para este sucesso reside, em parte, no regime tarifário.

Enquanto países concorrentes como Brasil, China, Índia e México enfrentam "tarifas penalizadoras" que variam entre 25% e 50% no mercado norte-americano, Portugal beneficia de um enquadramento mais vantajoso.

Esta diferença, segundo Onofre, "pode ser a oportunidade para reforçarmos a presença nos EUA, onde cresce a procura por produtos 'premium', sustentáveis e com história".

A estratégia é complementada por um investimento de mais de 100 milhões de euros no âmbito do PRR, focado em automação e sustentabilidade, para posicionar Portugal como uma "sólida alternativa à produção massificada".