O acordo, embora traga algum alívio tarifário nos EUA, intensifica a pressão competitiva dentro da própria Europa.
Acordo EUA-UE reconfigura tarifas no setor automóvel com implicações para a indústria alemã
O setor automóvel é um dos pontos centrais do novo acordo comercial transatlântico, que prevê uma redução da tarifa norte-americana sobre veículos e peças europeias para 15%, em contrapartida da eliminação total de direitos aduaneiros da UE sobre os produtos industriais dos EUA. A medida, que afeta diretamente a competitiva indústria automóvel alemã, já contribui para um cenário de cortes de emprego na Alemanha. A alteração tarifária tem um duplo efeito: por um lado, melhora a competitividade dos carros europeus no mercado norte-americano, ao reduzir a taxa de 27,5% para 15%; por outro, aumenta a concorrência no mercado europeu, uma vez que os automóveis dos EUA deixam de pagar tarifas para entrar na UE. Esta nova realidade surge num momento delicado para a indústria alemã, que já enfrenta uma “tempestade perfeita” de desafios. Um estudo da EY revelou que o setor automóvel alemão cortou mais de 50.000 empregos num ano, o equivalente a 7% da sua força de trabalho, devido a “quedas massivas de lucro, excesso de capacidade e mercados estrangeiros em dificuldades”. As associações europeias de fabricantes (ACEA) e fornecedores (CLEPA) já manifestaram a sua frustração, mencionando as “tarifas onerosas impostas por parceiros comerciais importantes” como um dos obstáculos à sua transformação.



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