A indústria da cortiça, um dos setores de exportação mais emblemáticos de Portugal, conseguiu uma isenção estratégica no novo acordo comercial entre os EUA e a UE, escapando à tarifa geral de 15%. A inclusão da cortiça na lista de “recursos naturais indisponíveis nos EUA” representa uma vitória significativa para empresas como a Corticeira Amorim, que tem no mercado norte-americano o seu segundo maior destino. Esta isenção foi recebida com alívio pelo setor, como ilustra o artigo sobre António Rios Amorim, que “suspirou de alívio com a cortiça a escapar das tarifas de Trump”.
A medida garante que os produtos de cortiça portugueses não se tornarão mais caros para os consumidores norte-americanos devido a novas taxas, mantendo a sua competitividade. A justificação para a isenção baseia-se no facto de os EUA não produzirem esta matéria-prima, dependendo das importações para satisfazer a sua procura. No entanto, um dos artigos levanta uma dúvida pertinente sobre o alcance da medida, questionando se a isenção abrange apenas a matéria-prima em bruto ou se se estende também às “obras de cortiça”, ou seja, aos produtos transformados de maior valor acrescentado.
Independentemente desta nuance, a exclusão da tarifa geral é vista como um reconhecimento da singularidade do produto e um passo fundamental para proteger um dos pilares da economia exportadora portuguesa num dos seus mercados mais importantes.
Em resumoA isenção da cortiça das novas tarifas dos EUA é uma vitória crucial para a indústria portuguesa, assegurando a sua posição competitiva no segundo maior mercado de exportação. A medida protege um setor estratégico e demonstra o sucesso de uma negociação focada nas especificidades dos produtos.