A penalização da economia europeia, principal mercado de Portugal, e o aumento da concorrência norte-americana na Europa criam um cenário de prudência e vulnerabilidade para o tecido empresarial nacional. O impacto mais preocupante para Portugal é o indireto, “através da penalização da economia da UE, que tem nos EUA o seu maior parceiro comercial”.

Uma vez que a UE representa 71% das vendas de bens de Portugal para o exterior, qualquer abrandamento económico no bloco europeu repercutir-se-á diretamente nas exportações portuguesas, tanto no fornecimento de bens intermédios para cadeias de valor europeias como na procura de bens finais. Setores como máquinas, material de transporte, têxteis, plásticos e químicos podem enfrentar uma menor procura por parte da indústria e das famílias europeias. Simultaneamente, a eliminação de direitos aduaneiros da UE aos produtos dos EUA significa uma “concorrência acrescida no mercado europeu por parte dos produtores norte-americanos”.

Este cenário de “tensões comerciais” e “políticas protecionistas” impõe “prudência” e expõe a “potencial vulnerabilidade” das empresas portuguesas, que, apesar de terem mostrado resiliência, enfrentam agora um enquadramento mais complexo e exigente para manter o seu crescimento nos mercados externos.