A associação do setor (AIMMAP) considera que a medida "restringe fortemente" o acesso ao mercado norte-americano e já se reflete numa queda das exportações. Embora a exposição direta do setor metalúrgico português ao mercado dos EUA seja de apenas 3%, o impacto das novas políticas protecionistas da administração Trump é sentido de forma acentuada.

Rafael Campos Pereira, vice-presidente executivo da AIMMAP, afirma que a tarifa de 50% sobre o aço, alumínio e seus derivados visa "proteger" a indústria norte-americana e constitui um entrave severo para um setor que exportava produtos de "elevado valor acrescentado".

As consequências já são visíveis, com as exportações diretas a registarem uma queda de cerca de 15% no primeiro semestre do ano. Além do impacto direto, existe uma preocupação com os efeitos indiretos, uma vez que muitas empresas portuguesas fornecem componentes para as cadeias de valor de grandes economias europeias, como a Alemanha e a França, que serão, por sua vez, penalizadas pelo abrandamento do comércio com os EUA. A declaração conjunta do acordo comercial menciona a possibilidade de futuras negociações para a criação de quotas tarifárias com taxas inferiores, mas, para já, a tarifa de 50% mantém-se como uma das mais penalizadoras do acordo, gerando um clima de incerteza e dificultando o planeamento a médio prazo para as empresas do setor.