O setor enfrenta um enquadramento tarifário mais favorável em comparação com os seus principais concorrentes globais, como China, Brasil e México, que são penalizados com taxas significativamente mais altas. Num cenário internacional adverso, onde as exportações de calçado de países como China, México, Itália e Espanha registaram quebras, a indústria portuguesa demonstrou resiliência, com um crescimento de 3,7% em valor no primeiro semestre de 2025.
Este desempenho é agora complementado por uma potencial vantagem estratégica no mercado norte-americano.
Enquanto os produtos portugueses, inseridos no acordo UE-EUA, enfrentam uma nova pauta, esta é consideravelmente inferior às aplicadas a outros grandes produtores mundiais.
Países como o Brasil e a Índia são penalizados com tarifas de 50%, a China com 30% e o México com 25%. Luís Onofre, presidente da APICCAPS, encara esta assimetria como "a oportunidade para reforçar a presença nos EUA, onde cresce a procura por produtos 'premium', sustentáveis e com história".
A indústria portuguesa, que está a investir mais de 100 milhões de euros em automação e sustentabilidade ao abrigo do PRR, posiciona-se como uma "sólida alternativa à produção massificada e ambientalmente insustentável".
Embora as exportações para os EUA tenham recuado 6,4% no primeiro semestre, a APICCAPS nota uma trajetória de recuperação, acreditando que o novo enquadramento tarifário poderá acelerar esta tendência e consolidar a posição do calçado português no mercado americano.













