A decisão surge em resposta à imposição de novas taxas alfandegárias norte-americanas sobre produtos com valor inferior a 800 dólares, uma medida que torna a operação logisticamente complexa e financeiramente inviável. A nova política da administração Trump, que entra em vigor esta semana, estabelece taxas que variam entre 80 e 200 dólares por cada artigo importado com valor inferior a 800 dólares, pondo fim a uma isenção anterior.

O objetivo declarado é "fechar uma brecha catastrófica utilizada, entre outras coisas, para evitar impostos alfandegários e enviar opióides sintéticos e outros produtos perigosos".

A medida teve um efeito imediato em toda a Europa, com operadores como a DHL, Bpost (Bélgica) e Correos (Espanha) a adotarem a mesma postura de suspensão.

Para os CTT, a decisão tem um impacto direto no negócio de expresso e encomendas, que representa 45% das suas receitas.

A notícia provocou uma desvalorização de 43 milhões de euros das ações da empresa em apenas dois dias. João Vieira Lopes, presidente da Confederação do Comércio e Serviços de Portugal, alertou que a medida pode afetar negativamente setores como o têxtil e o de produtos de grande consumo, que dependem do canal postal para exportar para os EUA.

Os CTT afirmaram que a suspensão durará "o tempo estritamente necessário" para implementar as alterações operacionais exigidas pelo novo regime.