A medida é amplamente vista como desequilibrada, com cedências significativas por parte da UE para evitar uma escalada na guerra comercial.
O acordo, formalizado numa declaração conjunta de natureza política, estipula que os EUA aplicarão um limite pautal máximo de 15% aos produtos da UE, enquanto a UE se compromete a eliminar os direitos aduaneiros sobre todos os produtos industriais norte-americanos e a conceder acesso preferencial a uma vasta gama de produtos agrícolas e do mar.
Esta assimetria levanta preocupações sobre a competitividade da indústria europeia, que enfrentará barreiras no mercado americano ao mesmo tempo que o seu próprio mercado se abre à concorrência dos EUA.
O acordo inclui ainda compromissos onerosos para a UE, como a aquisição de 750 mil milhões de dólares em energia dos EUA até 2028 e um aumento “substancial” na compra de equipamento militar. Analistas alertam para o risco de um desvio de investimento industrial da UE para os EUA, uma vez que as empresas poderiam deslocalizar a produção para o mercado americano para evitar as tarifas e, simultaneamente, exportar para a Europa sem barreiras.
A Presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, defendeu o acordo, enfatizando o “restabelecimento da estabilidade e a previsibilidade do comércio e investimento”.
Contudo, o impacto indireto para economias como a de Portugal é uma preocupação, dado que a penalização de parceiros comerciais chave, como a Alemanha, poderá reduzir a procura por bens portugueses.













