A indústria automóvel europeia enfrenta uma nova tarifa de 15% nas suas exportações para os Estados Unidos, uma redução face à taxa anterior de 27,5%, mas que continua a gerar forte oposição. A indústria alemã, em particular, tem pressionado por uma rápida implementação da redução e por cortes adicionais para mitigar as perdas avultadas. A presidente da associação da indústria automóvel da Alemanha (VDA), Hildegard Müller, classificou os encargos como causadores de “perdas consideráveis”, sublinhando que “o tempo é essencial para dar alívio rápido às empresas”. A Comissão Europeia estima que a redução da tarifa poderá gerar uma poupança superior a 500 milhões de euros para os construtores europeus. No entanto, esta medida surge num contexto de crise para o setor na Alemanha, que num ano cortou mais de 51.500 postos de trabalho, o equivalente a 7% da sua força laboral.
A situação é agravada pelo facto de, no âmbito do acordo, a UE ter concordado em eliminar as suas próprias tarifas sobre os veículos industriais dos EUA, aumentando a concorrência no mercado europeu.
Empresas como a Porsche já sentiram o impacto negativo nos seus resultados financeiros, com o lucro operacional a registar uma descida abrupta de 91% entre abril e junho, atribuída em parte ao “forte impacto vindo das tarifas dos EUA”.
A Associação Europeia de Fabricantes de Automóveis (ACEA) considera que a indústria está a ser solicitada a transformar-se “de mãos atadas”, apontando as tarifas como um dos principais obstáculos à sua competitividade.
Em resumoA redução da tarifa norte-americana sobre veículos europeus para 15% oferece um alívio parcial, mas insuficiente, para um setor já pressionado por cortes de empregos e quebras de lucros. A indústria, especialmente a alemã, continua a pedir mais cortes, enquanto enfrenta uma concorrência acrescida no mercado interno devido à eliminação recíproca de tarifas por parte da UE.