A decisão, que classifica a cortiça como um “recurso natural indisponível” nos EUA, foi recebida com grande alívio pelo setor, que tem no mercado norte-americano um dos seus principais destinos de exportação. A notícia teve um impacto imediato e positivo, com as ações da Corticeira Amorim, líder mundial do setor, a recuperarem significativamente no final de agosto após um período de pressão. O presidente da empresa, António Rios Amorim, terá “suspirado de alívio” com a notícia, que protege um mercado para o qual se destinam 16,2% das exportações portuguesas de cortiça.
Esta isenção coloca a indústria nacional numa posição vantajosa, reforçando a sua competitividade num mercado crucial.
No entanto, subsiste alguma incerteza, como aponta uma análise, sobre se a isenção abrange apenas a matéria-prima em bruto ou se se estende a produtos transformados, como as “obras de cortiça”, que representam um maior valor acrescentado. A medida foi incluída na declaração conjunta do acordo comercial EUA-UE, que listou explicitamente a cortiça entre os produtos aos quais se aplicariam apenas os direitos da Nação Mais Favorecida (NMF) dos EUA, que podem ser nulos ou muito baixos.
Esta exclusão é fundamental para a sustentabilidade de um dos setores mais emblemáticos da economia portuguesa, permitindo-lhe continuar a competir de forma favorável no mercado americano.













