Companhias de setores tão diversos como o automóvel, bebidas e comércio eletrónico reportaram quebras nos lucros e desafios operacionais decorrentes das barreiras comerciais.

A Porsche, por exemplo, registou uma queda abrupta de 91% no lucro operacional entre abril e junho, atribuindo parte significativa da quebra ao “forte impacto vindo das tarifas dos EUA”. No setor das bebidas, a Pernod Ricard, apesar de um aumento de 10% no lucro anual, enfrenta incerteza devido às tarifas. A empresa estima que o “impacto anualizado das tarifas impostas pelos EUA e China será de 80 milhões de euros”, um valor significativo, embora inferior aos 200 milhões inicialmente previstos.

O setor do comércio eletrónico também não escapou.

A PDD Holdings, empresa-mãe da Temu, viu o seu crescimento abrandar devido às tarifas norte-americanas, que aumentaram os custos de transporte internacional e pressionaram as margens de lucro.

A empresa reportou um aumento de 7% na receita no segundo trimestre, uma desaceleração face aos 10% do trimestre anterior, e um lucro operacional que caiu 21%. O co-diretor executivo da PDD, Jiazhen Zhao, alertou que “os níveis de lucro registados neste trimestre não são sustentáveis”, antecipando flutuações futuras.

Estes casos demonstram como as políticas protecionistas se traduzem em custos acrescidos, redução de margens e instabilidade para as empresas que operam no mercado global.