A decisão, que visa conter uma escalada na guerra comercial, implica cedências substanciais por parte da UE.

O acordo surge num contexto de crescente protecionismo e é descrito em diversas análises como uma "capitulação da União Europeia a Donald Trump" e um pacto "desequilibrado".

A UE comprometeu-se a eliminar os direitos aduaneiros sobre todos os produtos industriais dos EUA e a dar acesso preferencial a uma vasta gama de produtos agrícolas e do mar, sem obter contrapartidas equivalentes.

A Presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, justificou a cedência com a necessidade de restabelecer "estabilidade e previsibilidade no comércio e investimento".

No entanto, a medida gera perdas para os produtores europeus e acarreta o risco de agravar a inflação, uma vez que as tarifas podem ser repercutidas nos preços ao consumidor. O analista Ricardo Evangelista alerta que "as tarifas não são um fator positivo para o estímulo da atividade económica".

O impacto indireto para Portugal é considerável, pois a penalização da economia da UE, o principal mercado de exportação nacional, afetará a procura por bens portugueses.

A situação é agravada pela depreciação do dólar face ao euro, que já vinha a reduzir a competitividade dos produtos europeus.

O acordo prevê ainda a possibilidade de alargar a lista de produtos isentos, mas, para já, a incerteza domina, com o setor empresarial a enfrentar um novo paradigma no comércio global.