Num contexto global descrito por Luís Onofre, presidente da APICCAPS, como "muito exigente", o calçado português tem demonstrado uma resiliência notável.

O desempenho positivo contrasta com as quebras registadas por concorrentes diretos. Enquanto as exportações da China caíram 12,5%, as do México recuaram 19,3% e as da Turquia 15,3%.

Na Europa, Itália e Espanha também registaram quebras.

A vantagem competitiva de Portugal no mercado norte-americano é clara: enquanto o calçado português beneficia de um enquadramento tarifário mais favorável, países como o Brasil, a Índia, a China e o México enfrentam pautas que variam entre 25% e 50%.

Luís Onofre considera que esta "pode ser a oportunidade para reforçarmos a presença nos EUA, onde cresce a procura por produtos 'premium', sustentáveis e com história".

Este posicionamento é reforçado pelos investimentos de mais de 100 milhões de euros no âmbito do PRR, focados em automação e sustentabilidade, que permitem a Portugal afirmar-se como uma "sólida alternativa à produção massificada e ambientalmente insustentável".