Esta exceção, negociada no âmbito do novo acordo comercial, representa uma vitória estratégica para um setor fundamental da economia nacional e para empresas como a Corticeira Amorim.

O acordo comercial transatlântico, finalizado em agosto, estabeleceu que recursos naturais indisponíveis nos EUA, incluindo explicitamente a cortiça, ficariam isentos do limite máximo pautal de 15%, aplicando-se apenas os direitos da Nação Mais Favorecida (NMF), que são geralmente nulos ou muito baixos.

A notícia teve um impacto imediato e positivo no mercado, com as ações da Corticeira Amorim a recuperarem significativamente após um período de pressão.

A empresa, presidida por António Rios Amorim, viu a decisão como um alívio crucial, uma vez que os EUA representam o seu segundo maior mercado.

A isenção é um reconhecimento da singularidade do produto português e da sua importância na cadeia de valor global, evitando uma perda de competitividade que seria severa para as empresas do setor.

Embora o acordo geral seja visto como desequilibrado, com a UE a fazer várias concessões, a exceção para a cortiça demonstra o sucesso do lobbying setorial e a capacidade de salvaguardar interesses específicos em negociações comerciais complexas.

A medida protege não só os resultados financeiros das empresas, mas também a estabilidade de um setor que é um pilar das exportações portuguesas.