A medida visa proteger a indústria automóvel europeia, mas levanta questões sobre o futuro da transição energética e a relação comercial com Pequim.

A investigação, iniciada pela Comissão Europeia em outubro de 2023, concluiu que os fabricantes chineses beneficiam de apoios substanciais, como empréstimos bonificados, cedência de terrenos em condições vantajosas e benefícios fiscais, o que constitui uma concorrência desleal que causa prejuízo à indústria europeia. As tarifas compensatórias, em vigor desde outubro de 2024, foram aplicadas de forma diferenciada: 17% para a BYD, cerca de 20% para a Geely e até 35% para a SAIC (MG). A Tesla, que produz em Xangai, enfrenta uma taxa de 7,8%. Estas tarifas têm uma duração prevista de cinco anos, com possibilidade de renovação.

O avanço das marcas chinesas na Europa é notório, com a sua quota de mercado a duplicar para quase 6% em 2025 e projeções que apontam para 10% em 2026. A medida da UE coloca em evidência o dilema entre proteger a indústria local e acelerar a eletrificação com veículos mais acessíveis para o consumidor.

Enquanto a Europa possui tecnologia sólida, a China demonstra vantagens em escala, custos e integração vertical, dominando cerca de 70% da produção global de baterias.