Um novo acordo comercial entre a União Europeia e os Estados Unidos estabelece um enquadramento tarifário complexo, com uma pauta geral de 15% sobre a maioria dos produtos europeus e taxas mais elevadas para setores considerados críticos. Esta medida, resultante de meses de negociações sob a administração de Donald Trump, redefine as relações comerciais transatlânticas e gera um clima de incerteza económica. O acordo, descrito como "desequilibrado" e uma "capitulação da União Europeia", fixa tarifas de 15% para a maioria dos produtos e de 50% para setores como aço, alumínio, cobre e semicondutores. A entrada em vigor de parte destas tarifas ocorreu no início de setembro.
Em contrapartida, a UE comprometeu-se a eliminar os direitos aduaneiros sobre todos os produtos industriais dos EUA e a conceder acesso preferencial a uma vasta gama de produtos agrícolas e do mar.
A estratégia europeia foi interpretada como uma tentativa de "contenção de danos" para evitar uma escalada na guerra comercial.
A Presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, enfatizou que o acordo visa restabelecer a estabilidade e a previsibilidade no comércio, mas a perceção geral é a de que a UE fez cedências substanciais.
Além das tarifas, o acordo inclui compromissos europeus de compra e investimento em energia e equipamento militar nos EUA, o que poderá gerar novas tensões.
A Oxford Economics estima que a tarifa permanente de 15% aumentará o preço das exportações numa proporção idêntica, contraindo a procura norte-americana e colocando em risco empresas europeias com menor solidez financeira.
Em resumoO acordo estabelece novas regras tarifárias que, embora pondo fim a um impasse, são vistas como desfavoráveis para a Europa, que fez concessões significativas. A imposição de tarifas de 15% e 50% ameaça a competitividade europeia e introduz um elemento de instabilidade no comércio global.