A medida gera incerteza económica e levanta preocupações sobre a competitividade das empresas do bloco comunitário.

O acordo, firmado no final de julho, estabelece uma tarifa geral de 15% para a maioria dos produtos da UE exportados para os EUA e uma tarifa punitiva de 50% para setores considerados críticos, como o aço, alumínio, cobre, automóveis, semicondutores e produtos farmacêuticos.

Em contrapartida, a UE compromete-se a eliminar os direitos aduaneiros sobre todos os produtos industriais norte-americanos, o que analistas consideram um desequilíbrio negocial.

O pacto é visto como uma consequência das políticas protecionistas da administração de Donald Trump, que têm gerado instabilidade nos mercados.

A Oxford Economics estima que a tarifa de 15% aumentará o preço das exportações europeias, contraindo a procura norte-americana e colocando em risco empresas com menor solidez financeira.

A situação é agravada por compromissos adicionais da UE, como a aquisição de energia e equipamento militar dos EUA, e o incentivo ao investimento direto europeu em solo americano, o que pode levar à deslocalização de indústrias. A incerteza em torno do acordo já teve repercussões, como a suspensão de uma decisão anticoncorrencial contra a Google, por receio de uma “reação de Washington”. O cenário de “retrocesso da globalização” e a “guerra comercial” são agora fatores centrais que condicionam o crescimento económico, previsto como modesto para a zona euro, com 1,1% em 2025.