Embora os medicamentos genéricos tenham sido isentados, a medida ameaça a competitividade dos produtos inovadores e pode reconfigurar as estratégias de investimento das farmacêuticas no mercado transatlântico.
O novo acordo comercial entre a UE e os EUA classifica o setor farmacêutico como estratégico, aplicando-lhe uma das tarifas mais elevadas, fixada em 50%.
Esta medida representa uma barreira comercial significativa, com potencial para encarecer os medicamentos europeus e reduzir a sua procura no mercado norte-americano.
No entanto, o acordo estabelece uma exceção crucial: os “produtos farmacêuticos genéricos e respetivos ingredientes” estão isentos desta pauta, ficando sujeitos apenas aos direitos da Nação Mais Favorecida (NMF), que são geralmente baixos.
Esta distinção cria um fosso entre os medicamentos de baixo custo e os produtos inovadores, resultantes de avultados investimentos em investigação e desenvolvimento. Para Portugal, cujas exportações farmacêuticas para os EUA representam 34,2% do total do setor, o impacto pode ser considerável, especialmente para as empresas focadas em produtos de ponta. A política tarifária parece, assim, desenhada para proteger a indústria farmacêutica inovadora dos EUA, ao mesmo tempo que permite a entrada de genéricos europeus mais baratos, colocando as empresas europeias de I&D numa posição de desvantagem competitiva.














