A valorização do yuan e a deslocalização da produção por parte de empresas como a Asus são reflexos diretos desta nova era de protecionismo.
A disputa comercial entre as duas maiores economias mundiais é um dos principais eixos da atual instabilidade.
As tarifas impostas pelos EUA sobre importações da China levaram empresas como a Asus a mover mais de 90% da sua produção destinada ao mercado americano para o Sudeste Asiático, de modo a evitar custos acrescidos. Esta é uma evidência clara da reconfiguração das cadeias de abastecimento globais.
No plano financeiro, o yuan atingiu o seu valor mais alto face ao dólar desde a eleição de Trump, uma valorização que analistas do Barclays interpretam como um “sinal para os Estados Unidos” de que Pequim “não pretende desvalorizar a moeda” para obter vantagens comerciais. Esta estabilidade cambial, num contexto de volatilidade do dólar, visa reforçar a atratividade do yuan junto de investidores.
Empresas europeias, como a Pernod Ricard, também sentem o impacto, estimando que as tarifas impostas tanto pelos EUA como pela China terão um custo anual de 80 milhões de euros. A situação é agravada pela crise no setor têxtil português, que aponta o dedo não só às tarifas de Trump, mas também à concorrência desregulada de plataformas chinesas.














