Esta medida ameaça a competitividade das exportações europeias e obriga as empresas a redefinir estratégias num cenário de crescente protecionismo.

O novo enquadramento tarifário representa um desafio significativo para a indústria europeia, que enfrenta o encarecimento dos seus produtos no mercado norte-americano.

O acordo estabelece uma taxa de 15% para a generalidade dos bens e uma tarifa punitiva de 50% para setores estratégicos como o aço, alumínio, automóveis, semicondutores e produtos farmacêuticos.

Analistas da Oxford Economics e da Crédito y Caución alertam que estas medidas deverão contrair a procura nos EUA e aumentar a pressão sobre as empresas europeias, especialmente as de menor solidez financeira.

O setor automóvel alemão, um dos mais afetados, já manifestou a sua preocupação.

Hildegard Müller, presidente da associação VDA, urgiu os EUA a implementar rapidamente a redução acordada para os automóveis, de 27,5% para 15%, afirmando que "os atuais altos encargos adicionais significam perdas consideráveis". Em Portugal, a AICEP lançou o estudo "A Economia Portuguesa em Contexto de Incerteza Mundial", no qual aconselha as empresas a diversificar mercados para mitigar os riscos. Madalena Oliveira e Silva, presidente da AICEP, sublinha que "as empresas portuguesas enfrentam hoje um ambiente de incerteza sem precedentes".

Este clima de tensão transatlântica estende-se à esfera regulatória, com a Comissão Europeia a suspender uma multa à Google por receio de retaliações de Washington, evidenciando como a política tarifária está a moldar as relações diplomáticas e económicas.