O impacto das políticas protecionistas é visível nas decisões estratégicas de várias multinacionais, que procuram mitigar os riscos e custos associados às novas barreiras comerciais.
A Asus, por exemplo, agiu de forma proativa ao transferir mais de 90% da sua produção de motherboards e computadores destinados aos EUA da China para o Sudeste Asiático, evitando assim as tarifas sobre importações chinesas. No setor automóvel, a Polestar, fabricante de veículos elétricos, reportou prejuízos superiores a mil milhões de dólares, atribuindo-os diretamente ao "aumento de tarifas" e à "crescente pressão sobre os preços", o que colocou em suspenso o seu objetivo de atingir o ponto de equilíbrio em 2025.
A disrupção estende-se também ao setor das matérias-primas.
A Rio Tinto, uma das maiores produtoras mundiais de alumínio, alterou a sua estratégia de fornecimento para o mercado norte-americano. Devido à tarifa de 50% sobre o alumínio, tornou-se mais económico para o grupo canadiano comprar o metal a empresas rivais nos EUA e revendê-lo a clientes locais, em vez de o importar do Canadá. Estes casos exemplificam a tendência geral identificada pela AICEP, que aconselha as empresas portuguesas a diversificar mercados para se protegerem de "tarifas e regras voláteis".














