O tratado visa criar a maior zona de comércio livre do mundo, eliminando tarifas em setores-chave e abrindo novas oportunidades para as empresas europeias, especialmente as PME.

Perante a instabilidade gerada pelas políticas tarifárias norte-americanas, a UE procura fortalecer os seus laços comerciais com outras regiões, sendo o acordo com o Mercosul (Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai) uma prioridade.

O objetivo é estabelecer um mercado de mais de 700 milhões de consumidores, reduzindo "tarifas elevadas e barreiras comerciais significativas" que atualmente penalizam as exportações europeias. Segundo a Comissão Europeia, o acordo poderá aumentar as exportações anuais da UE para o bloco sul-americano em até 39%, o que equivale a cerca de 49 mil milhões de euros.

Setores como o automóvel (com tarifas atuais de 35%), maquinaria (14-20%) e farmacêutico (até 14%) seriam dos mais beneficiados.

Em Portugal, a Confederação Empresarial de Portugal (CIP) tem apelado a uma rápida ratificação, sublinhando que o acordo "será particularmente relevante para as PME portuguesas".

A CIP considera que, num contexto de incerteza geopolítica, a Europa deve reafirmar o seu compromisso com o comércio livre.

Esta visão é partilhada por figuras políticas como António Costa, que afirmou que a UE "é mais forte quando estabelece acordos equilibrados com os seus parceiros".

A aposta na diversificação de mercados, como recomendado pela AICEP, surge assim como uma estratégia fundamental para garantir a resiliência da economia europeia.