Esta deslocalização estratégica visa contornar as sobretaxas e garantir o acesso ao mercado norte-americano sem custos adicionais, num movimento que redesenha as cadeias de abastecimento globais.\n\nA Asus é um dos exemplos mais claros desta tendência.
Segundo o seu diretor financeiro, Nick Wu, a empresa já deslocou mais de 90% da sua produção de motherboards e computadores destinados aos EUA para países como a Tailândia, Vietname e Indonésia. Embora as tarifas sobre componentes de aço e alumínio afetassem diretamente uma pequena parte do seu portefólio, a empresa agiu preventivamente para se proteger de futuras sobretaxas, nomeadamente sobre semicondutores.
A estratégia da Asus não é isolada.
A HP revelou planos para que, até setembro, menos de 10% dos seus computadores e impressoras para o mercado americano fossem produzidos na China. A Apple também anunciou um investimento de 600 mil milhões de dólares para reforçar o fabrico de produtos nos EUA.
Este movimento é ativamente incentivado pela administração Trump, que prometeu isenções tarifárias a empresas que invistam na produção em território americano.
A política de "tarifas generalizadas para conter as importações e promover a produção interna" está, assim, a ter um efeito direto nas decisões de investimento das maiores empresas de tecnologia do mundo, que procuram alternativas à China para as suas linhas de montagem.














