A situação reflete os receios dos investidores com a sustentabilidade das contas públicas em grandes economias, como a França, e o impacto das novas tarifas na economia da Zona Euro.\n\nAs 'yields' das obrigações francesas a 30 anos atingiram 4,5%, o valor mais alto desde 2009, e o diferencial face aos títulos alemães alargou-se para 80 pontos base, um nível preocupante. A pressão estendeu-se a outras economias, com os juros da dívida britânica a 30 anos a dispararem para 5,69%, o valor mais elevado desde 1998.

Mesmo a Alemanha, tradicionalmente um porto seguro, viu as 'yields' a 30 anos atingirem máximos de 14 anos.

Neste cenário conturbado, Portugal surge como uma exceção, sendo considerado um dos "raros 'portos seguros'".

O 'spread' das obrigações portuguesas a 10 anos face às alemãs mantém-se em mínimos históricos de 45 pontos base, refletindo a confiança dos investidores na trajetória orçamental do país.

A agência S&P subiu recentemente o 'rating' de Portugal para "A+", o nível mais alto desde 2009, destacando que o país está "relativamente protegido dos efeitos diretos do acordo comercial entre a União Europeia e os EUA".

Analistas como António Nogueira Leite admitem, no entanto, "uma pressão mais forte sobre o mercado europeu de obrigações públicas" devido à incerteza em França.