A União Europeia e os Estados Unidos alcançaram um novo acordo comercial que impõe uma tarifa aduaneira de 15% sobre a maioria dos produtos europeus, escalando para 50% em setores considerados estratégicos como o automóvel, semicondutores, aço e produtos farmacêuticos. Esta medida, formalizada a 27 de julho, gerou um clima de elevada incerteza e é vista como uma ameaça à competitividade das exportações europeias, com potencial para encarecer produtos e reduzir a procura no mercado norte-americano. A tensão em torno da política tarifária, descrita como uma "guerra aduaneira", chegou a atrasar decisões da Comissão Europeia noutras áreas, como a aplicação de uma multa à Google.
O sentimento geral na Europa é de apreensão.
O antigo primeiro-ministro português e atual presidente do Conselho Europeu, António Costa, afirmou que o acordo "não é para celebrar", embora reconhecesse a necessidade de o concluir para salvaguardar a relação com Washington.
A indústria automóvel alemã, um pilar da economia europeia, manifestou particular preocupação, descrevendo as tarifas como "dolorosas" e antecipando um impacto negativo nas suas exportações.
A Oxford Economics estima que a tarifa de 15% poderá contrair a procura norte-americana em proporção idêntica.
Este cenário de protecionismo reforça a perceção de que a UE precisa de diversificar os seus parceiros comerciais e fortalecer a sua resiliência económica para mitigar os impactos negativos destas barreiras comerciais.
Em resumoO novo acordo comercial UE-EUA introduz tarifas significativas que geram incerteza e ameaçam setores europeus vitais. A medida é vista com preocupação na Europa, sendo considerada um desafio à competitividade que exige uma reavaliação das estratégias comerciais e uma aposta na diversificação de mercados.