A estratégia visa mitigar os riscos associados à volatilidade das regras comerciais e consolidar a competitividade da economia nacional. O apelo da AICEP surge na sequência da publicação do estudo “A Economia Portuguesa em Contexto de Incerteza Mundial”, que analisa o impacto das novas dinâmicas comerciais.

O documento sublinha que, embora as exportações portuguesas demonstrem resiliência, a dependência de mercados específicos pode ser uma vulnerabilidade. O administrador da AICEP, Francisco Catalão, destacou o papel da agência como uma “torre de controlo” para as empresas, oferecendo “alertas, análises de impacto setorial, leitura de barreiras e planos de diversificação com entrada assistida em mercados alternativos”. O novo acordo comercial entre a UE e os EUA, que impõe tarifas de 15% sobre a maioria dos produtos e de 50% em setores críticos como o automóvel e os semicondutores, exemplifica esta volatilidade. A tensão comercial é tal que, segundo uma notícia, terá mesmo levado à suspensão de uma multa multibilionária da UE à Google para evitar uma reação de Washington.

A AICEP reconhece que o protecionismo cria desafios para setores como o automóvel e a maquinaria, mas também pode gerar oportunidades, como no caso do setor farmacêutico.

A presidente da agência, Madalena Oliveira e Silva, reforçou que, apesar da “incerteza sem precedentes”, as empresas dispõem de “oportunidades para se reposicionarem nos mercados internacionais”.