Em resposta, fabricantes chineses como a BYD estão a acelerar os planos para produzir localmente no continente europeu, contornando assim as novas barreiras comerciais.

A decisão da Comissão Europeia de aplicar taxas que podem atingir os 35,3% sobre os veículos elétricos chineses reflete uma crescente preocupação com as subvenções estatais de Pequim, que permitem preços mais competitivos e ameaçam a indústria automóvel europeia.

No caso específico da BYD, a tarifa foi fixada em 17%, valor ao qual acrescem os 10% da tarifa base, impactando diretamente a competitividade de modelos como o BYD Dolphin Surf, atualmente importado.

Para contornar esta barreira, a gigante chinesa anunciou uma estratégia de relocalização da sua produção.

Stella Li, vice-presidente da BYD, confirmou que o objetivo é que, num prazo de “dois a três anos”, todos os carros elétricos destinados ao mercado europeu sejam produzidos no continente.

A empresa já está a construir uma fábrica em Szeged, na Hungria, que deverá iniciar a produção do modelo BYD Dolphin Surf ainda antes do final do ano. Adicionalmente, está prevista a entrada em funcionamento de uma segunda unidade fabril na Turquia em 2026.

Esta estratégia de produção local não só permite à BYD evitar as tarifas de importação, como também a posiciona de forma mais robusta para competir no mercado europeu, alinhando-se com a visão de concentrar localmente toda a produção para a região até 2028.

Esta movimentação é vista como uma resposta pragmática às políticas protecionistas e um passo crucial para a consolidação da marca na Europa.