Esta medida protecionista desencadeou uma reavaliação das estratégias comerciais e das cadeias de abastecimento por parte das empresas afetadas.

A decisão, que entrou em vigor em setembro, está a ser sentida em indústrias de alto valor, desde automóveis de luxo a produtos farmacêuticos e agroalimentares.

Stephan Winkelmann, CEO da Lamborghini, destacou o impacto mesmo entre os consumidores mais abastados, afirmando que estes “são milionários ou bilionários por um motivo: sabem o que fazem e por que fazem”.

A sua visão é clara: “Para nós, o livre comércio é o caminho certo”.

A medida também ameaça a indústria farmacêutica, com as exportações de produtos como o Botox, produzido na Irlanda, a enfrentarem novas barreiras.

O setor do vinho português, por sua vez, encara a possibilidade de perder mais de 20% do mercado dos EUA.

A situação levou a AICEP a publicar um estudo intitulado “A Economia Portuguesa em Contexto de Incerteza Mundial”, que analisa o impacto das tarifas e aconselha as empresas a reforçarem a diversificação de mercados. Francisco Catalão, administrador da AICEP, sublinha que, “perante tarifas e regras voláteis, a AICEP atua como torre de controlo”, ajudando as empresas a defender a sua quota de mercado nos EUA ou a “abrir novos destinos de alto potencial”.

A instabilidade gerada por estas políticas comerciais obriga as empresas europeias a uma adaptação contínua, procurando alternativas e novas estratégias para manterem a sua competitividade global.