Este cenário abre uma janela de oportunidade para países como Portugal atraírem investimento industrial, enquanto empresas de tecnologia, como a Asus, já transferiram operações para o Sudeste Asiático.
A guerra comercial, marcada por tarifas norte-americanas que podem chegar aos 30%, está a penalizar a produção chinesa destinada aos EUA.
Bernardo Mendia, presidente da Câmara de Comércio e Indústria Luso-Chinesa, defende que Portugal deve “dar a mão e aproveitar” esta conjuntura para atrair investimento industrial chinês.
Setores como energias renováveis, veículos elétricos e baterias são identificados como áreas de grande potencial. A confirmação de um investimento de dois mil milhões de euros da chinesa CALB numa fábrica de baterias em Sines é um exemplo concreto desta oportunidade. Esta estratégia de deslocalização é uma forma de “contornar essas barreiras, mas também de gerar boa vontade e relações duradouras”, afirma Mendia. A tendência não se limita a Portugal; outras empresas, como a gigante tecnológica Asus, já transferiram mais de 90% da sua produção de motherboards e computadores destinados aos EUA para países como Tailândia, Vietname e Indonésia, precisamente para evitar as tarifas impostas à China.
Esta reconfiguração das cadeias de valor globais reflete uma adaptação pragmática das empresas a um ambiente geopolítico e comercial cada vez mais incerto e protecionista.














