Um inquérito da Associação Têxtil de Portugal (ATP) revela que 66% das empresas reportaram quebra no volume de negócios e 65% antecipam novas quebras no segundo semestre. A situação levou a que empresas como o grupo Polopiqué avançassem com planos de reestruturação profundos, incluindo o fecho de unidades e o despedimento de centenas de trabalhadores. Ana Dinis, diretora-geral da ATP, afirma que “é expectável que surjam mais casos” de empresas em dificuldades, pois “as pressões atuais são muito fortes”. Um dos fatores que agrava a crise são as “recentes medidas tarifárias da administração Trump”, que não só dificultaram o acesso ao mercado americano, como provocaram um desvio de produção de concorrentes asiáticos para a Europa, inundando o principal mercado de exportação português. A isto soma-se o crescimento de plataformas como a Shein e a Temu, que beneficiam de isenções fiscais, criando o que César Araújo, presidente da ANIVEC, classifica como “a maior fraude fiscal do século XXI”.
O setor apela a medidas como um lay-off simplificado e maior fiscalização europeia para sobreviver à tempestade.














