Embora os produtos europeus enfrentem uma nova taxa de 15%, os principais concorrentes de Portugal, como a China, Brasil, Índia e México, foram penalizados com tarifas substancialmente mais elevadas, que variam entre 25% e 50%. Esta diferenciação tarifária cria um "enquadramento tarifário mais favorável" para Portugal, como sublinhou a Associação Portuguesa dos Industriais de Calçado, Componentes, Artigos de Pele e seus Sucedâneos (APICCAPS).

Paulo Gonçalves, porta-voz da associação, afirmou que o cenário competitivo internacional ficou "relativamente bem posicionado" para o calçado nacional.

A ambição do setor é clara: colocar os EUA no "top três" dos principais destinos de exportação até ao final da década.

O otimismo é partilhado pelo Governo, com o Secretário de Estado da Economia, João Rui Ferreira, a defender que esta conjuntura pode trazer uma "vantagem competitiva para Portugal" e que não é altura de desinvestir no mercado norte-americano.

Algumas empresas, como a Last Studio, estão mesmo a absorver parte do custo da tarifa para mitigar o impacto no cliente final e manter a competitividade.

Esta abordagem proativa, aliada a um forte investimento em sustentabilidade e inovação, posiciona o calçado português para capitalizar sobre as atuais tensões comerciais.