A situação levou o Governo português a intervir e a reavaliar as suas estratégias comerciais.

De acordo com dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), as exportações portuguesas de bens para os EUA sofreram uma contração de 8,1% no primeiro semestre, um período marcado pela incerteza em torno da guerra comercial. O ministro da Economia, Manuel Castro Almeida, atribuiu esta quebra a "meses atípicos", provocados pela "agitação no comércio internacional por causa das tarifas americanas", manifestando a convicção de que "as coisas vão voltar à normalidade". No entanto, o impacto levou à criação de medidas de apoio, como a linha BPF Export, integrada no "Programa Reforçar" do Banco de Fomento, destinada a mitigar o efeito das tarifas impostas pela administração Trump. A complexidade da situação é agravada pelo facto de os produtos nacionais dependerem frequentemente de matérias-primas importadas, cujos custos de produção também são inflacionados pelas taxas. Esta dinâmica força as empresas a escolher entre absorver os custos, reduzindo as margens de lucro, ou repercutir o aumento no consumidor final, o que pode gerar inflação e, consequentemente, influenciar as condições de crédito através das políticas dos bancos centrais.

O Governo português realça a necessidade de diversificar mercados, apontando o Japão como um exemplo, para reduzir a dependência e a vulnerabilidade a estas políticas protecionistas.