Sobretaxa de 50% dos EUA provoca queda acentuada nas exportações do Brasil

As exportações brasileiras para os Estados Unidos sofreram uma queda abrupta de 18,5% em agosto, na sequência da imposição de uma sobretaxa de 50% pela administração Trump. A medida punitiva afetou uma vasta gama de produtos e evidencia o impacto imediato e severo de políticas comerciais protecionistas. Segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Comércio, Indústria e Serviços (Mdic) do Brasil, as vendas para o mercado norte-americano caíram de 3,39 mil milhões de dólares em agosto de 2024 para 2,76 mil milhões no mesmo mês de 2025, uma redução de 600 milhões de dólares. A queda foi particularmente acentuada em produtos como o minério de ferro, cujas exportações para os EUA foram nulas, aeronaves e componentes (-84,9%), produtos semiacabados de ferro e aço (-23,4%) e açúcar (-88,4%). Herlon Brandão, diretor de estatísticas do Mdic, explicou que o recuo atingiu tanto produtos taxados como não taxados, sugerindo que a incerteza em julho pode ter levado a uma antecipação de embarques, o que agravou a quebra em agosto. O diretor afirmou ser "muito provável que isto esteja relacionado com as tarifas, que geram maior nível de preço e redução da demanda".

Em contraste, as exportações totais do Brasil cresceram 3,9%, impulsionadas por um aumento significativo nas vendas para a China, México e Argentina, o que pode indicar uma reorientação dos fluxos comerciais em resposta às barreiras impostas pelos EUA.

Em resumo

A imposição de uma sobretaxa de 50% pelos EUA resultou numa queda imediata de 18,5% nas exportações do Brasil para aquele mercado, afetando setores chave como o mineiro e o aeronáutico. A medida ilustra a vulnerabilidade da balança comercial brasileira a decisões unilaterais e poderá estar a acelerar uma diversificação de parceiros comerciais, com um reforço das vendas para a China e outros mercados latino-americanos.

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