O setor enfrenta uma dupla pressão decorrente das políticas comerciais norte-americanas.

Por um lado, as "recentes medidas tarifárias da administração Trump" dificultaram o acesso direto das exportações portuguesas ao mercado americano.

Por outro, provocaram "desvios de tráfego", com concorrentes, sobretudo asiáticos, a reencaminharem a sua produção para a Europa.

Esta dinâmica resultou numa "inundação do mercado europeu com produtos de baixo preço", o que agrava a situação das empresas nacionais, que já enfrentam uma quebra de encomendas nos seus principais mercados, como a Alemanha e a França. Ana Dinis, diretora-geral da Associação Têxtil de Portugal (ATP), descreve a situação como uma "concorrência desleal" e apela a "medidas de urgência", como um regime de 'lay-off' simplificado e um maior controlo sobre o 'ultra fast fashion'. A situação é crítica, com as exportações do setor a registarem dois anos consecutivos de contração e 65% das empresas a anteciparem uma nova quebra no volume de negócios no segundo semestre de 2025.