As tarifas de 15% aplicadas pelos Estados Unidos a produtos europeus estão a afetar até o segmento de luxo, com o CEO da Lamborghini, Stephan Winkelmann, a alertar que mesmo os consumidores mais abastados são sensíveis aos aumentos de preços. A situação demonstra a vasta abrangência do impacto das políticas comerciais, que não poupam nem os mercados de nicho de alto valor. Apesar de os carros da Lamborghini, com preços a partir de 400 mil dólares, serem encomendados com um a dois anos de antecedência, protegendo a empresa de uma queda brusca na procura a curto prazo, Winkelmann expressou preocupação com o impacto das tarifas.
"Até os mais ricos são sensíveis ao aumento de preços", afirmou à CNBC, acrescentando que os seus clientes "são milionários ou bilionários por um motivo: sabem o que fazem e por que fazem". O CEO da marca italiana, que pertence ao Grupo Volkswagen, sublinhou que a essência da marca é ser italiana, pelo que a produção não pode ser deslocalizada para os EUA para contornar as taxas.
A empresa já anunciou um aumento de preços de 7% para os modelos Temerario e Urus, e de 10% para o Revuelto. Winkelmann concluiu, defendendo que "para nós, o livre comércio é o caminho certo", mas que a empresa está pronta para "lidar com a complexidade" da realidade atual.
Em resumoAs tarifas de 15% entre os EUA e a UE estão a impactar o setor de automóveis de luxo, como evidenciado pelas preocupações do CEO da Lamborghini. A medida demonstra que mesmo os produtos de alto valor não estão imunes às tensões comerciais, forçando aumentos de preços que afetam a decisão de compra até dos consumidores mais ricos e reforçando a preferência da indústria pelo livre comércio.