As exportações portuguesas de bens para os Estados Unidos registaram uma quebra homóloga de 8,1% no primeiro semestre de 2025, um desempenho negativo diretamente atribuído à incerteza e à aplicação de novas tarifas aduaneiras pela administração norte-americana. Este recuo contrasta com o aumento de 14,5% nas importações provenientes dos EUA no mesmo período, agravando o défice da balança comercial com aquele que é o quarto principal cliente de Portugal. Segundo dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), o segundo trimestre do ano foi particularmente penalizador, com as exportações para os EUA a atingirem "o valor mais baixo desde o 2.º trimestre de 2023".
O Ministro da Economia e Coesão Territorial, Manuel Castro Almeida, reconheceu o impacto das tensões comerciais, atribuindo a quebra a "meses atípicos" devido à "agitação no comércio internacional por causa das tarifas americanas". O ministro referiu que tinha havido um "aumento extraordinário das exportações antes das tarifas", sugerindo que as empresas anteciparam encomendas, e acredita que "as coisas vão voltar à normalidade". A principal categoria de produtos exportados continua a ser a de fornecimentos industriais, que representa 41,8% do total, mas foram as quebras acentuadas nos combustíveis minerais (-40,7%) e em produtos químicos que mais contribuíram para o resultado negativo.
A situação evidencia a vulnerabilidade da economia portuguesa a políticas protecionistas e reforça a necessidade de diversificação de mercados, uma estratégia que o Governo procura implementar, como destacou o ministro durante uma visita ao Japão.
Em resumoA imposição de tarifas pelos EUA teve um impacto direto e negativo nas exportações portuguesas na primeira metade do ano, resultando na maior contração em dois anos. Embora o Governo espere uma normalização, os dados sublinham a urgência de diversificar os parceiros comerciais para mitigar os riscos associados ao protecionismo.