A sua aplicação pode desencadear uma série de reações em cadeia que afetam a economia a vários níveis.

Quando as tarifas são impostas, o custo dos produtos importados aumenta.

As empresas que dependem dessas importações, seja para venda direta ou como matérias-primas, enfrentam uma escolha: absorver os custos, reduzindo as suas margens de lucro, ou repercuti-los no consumidor final.

Se optarem pela segunda via, o resultado é um aumento generalizado dos preços, ou seja, inflação.

Esta dinâmica é exemplificada com produtos como o calçado da Nike, fabricado no Vietname e sujeito a tarifas superiores a 40%, ou o iPhone da Apple, cujos componentes são maioritariamente produzidos fora dos EUA.

Se a inflação acelera devido às tarifas, os bancos centrais, como o Banco Central Europeu (BCE) ou a Reserva Federal dos EUA (Fed), tendem a intervir para cumprir o seu mandato de estabilidade de preços. A principal ferramenta para combater a inflação é o aumento das taxas de juro.

Ao tornar o crédito mais caro, os bancos centrais procuram arrefecer a procura, o que, por sua vez, ajuda a controlar os preços.

Consequentemente, as prestações de créditos existentes com taxas variáveis sobem, e o acesso a novos financiamentos torna-se mais difícil e oneroso.

Desta forma, uma decisão de política comercial pode levar diretamente a um aperto da política monetária, afetando o poder de compra e a capacidade de investimento das famílias e empresas.