Um inquérito realizado pela Câmara de Comércio Americana em Xangai revela um pessimismo generalizado entre os seus membros. As tarifas, atualmente fixadas em 30% sobre uma vasta gama de produtos, penalizam a produção na China destinada ao mercado americano e criam um ambiente de negócios instável. Esta situação força as empresas a reavaliar as suas cadeias de abastecimento e estratégias de investimento, com algumas a considerar a deslocalização da produção para outros países para contornar as barreiras comerciais. A tensão comercial não afeta apenas as exportações, mas também o sentimento do mercado local, complicando as operações num dos maiores mercados de consumo do mundo. A visita do primeiro-ministro português, Luís Montenegro, à China ocorre neste contexto de desconfiança mútua, onde as empresas procuram estabilidade e previsibilidade para planear os seus investimentos a longo prazo. A persistência do conflito comercial ameaça, assim, não só a rentabilidade das empresas americanas, mas também a dinâmica de investimento global e as cadeias de valor que foram construídas ao longo de décadas.