A forma como as empresas e os bancos centrais respondem a estas medidas protecionistas determina a sua repercussão na economia em geral, afetando tanto consumidores como empresas. O mecanismo é relativamente direto: as tarifas aumentam os custos de produção para as empresas que dependem de matérias-primas ou componentes importados.
Se estas decidirem repercutir esses custos nos preços finais, o resultado é um aumento da inflação. Como explica um analista, “se o aumento dos custos for passado para os consumidores, então as tarifas irão provocar inflação”.
Perante um cenário de subida de preços, os bancos centrais, como o Banco Central Europeu (BCE), podem ser forçados a intervir para cumprir o seu mandato de estabilidade de preços. A principal ferramenta para controlar a inflação é o aumento das taxas de juro, o que torna o crédito mais caro e de mais difícil acesso.
Esta dinâmica representa um risco significativo para a economia da zona euro, com analistas a alertarem que as tarifas dos EUA podem vir a ter “um impacto muito significativo”. Por outro lado, se as empresas optarem por absorver os custos para não perderem competitividade, as suas margens de lucro diminuem, o que pode levar a uma redução do investimento, estagnação salarial e, em última análise, a um abrandamento da atividade económica.












