As consequências são visíveis tanto nos balanços das multinacionais como nos indicadores macroeconómicos de países como Portugal. As medidas tarifárias dos EUA, que incluem taxas de 15% sobre produtos da UE e de 39% sobre produtos suíços, estão a ser diretamente repercutidas nos consumidores. O CEO da Swatch, Nick Hayek, confirmou que a empresa aumentou os preços nos EUA entre 5% e 15% para compensar a tarifa de 39%. De forma semelhante, o CEO da Lamborghini, Stephan Winkelmann, admitiu que “até os mais ricos são sensíveis ao aumento de preços”, justificando a subida de 7% a 10% nos seus modelos devido à tarifa de 15%. Outras empresas, como a Tapestry, dona da Coach, estão a desenvolver planos de longo prazo para mitigar totalmente o impacto até 2028.
A nível nacional, o impacto é igualmente notório.
As exportações portuguesas de bens para os EUA diminuíram 8,1% no primeiro semestre, atingindo no segundo trimestre o valor mais baixo em dois anos.
O ministro da Economia, Manuel Castro Almeida, atribuiu esta quebra à “agitação no comércio internacional por causa das tarifas americanas”, considerando os últimos meses “atípicos”.
A situação reflete um desafio macroeconómico mais amplo, onde as tarifas não só afetam a balança comercial, mas também contribuem para a inflação, ao encarecerem produtos importados e as matérias-primas necessárias para a produção local, com potenciais repercussões no acesso ao crédito.













