Estudos recentes indicam que a maioria das empresas não está preparada para esta nova realidade, que ameaça as margens de lucro e a rentabilidade.

Um estudo da Bain & Company revela um cenário preocupante: quase 40% dos diretores de operações (COO) preveem que as tarifas, por si só, aumentem os custos dos produtos em mais de 10%.

No entanto, apenas uma pequena fração das empresas, cerca de 14%, afirma estar preparada para absorver este impacto sem o repercutir nos consumidores.

Esta falta de preparação é corroborada por um relatório da Salesforce sobre a indústria de bens de consumo, onde 98% dos líderes admitem que as alterações na política económica, como as tarifas, estão a afetar as suas operações, o sourcing e as margens de lucro. Esta incerteza tem consequências diretas na estratégia empresarial, tornando-se um dos principais obstáculos à concretização de operações de fusões e aquisições (M&A), a par das dificuldades de financiamento. Neste contexto, a área de procurement (compras) ganha um papel vital, evoluindo de uma função de controlo de custos para um pilar estratégico na gestão do risco e na inovação da cadeia de abastecimento. As empresas que integram o procurement no planeamento desde uma fase inicial estão mais bem posicionadas para tomar decisões rápidas e informadas, ajustando o abastecimento em resposta a mudanças geopolíticas e de mercado.