As suas declarações, proferidas durante a sua audição na Comissão de Orçamento e Finanças, sublinham a vulnerabilidade dos setores exportadores nacionais num cenário de crescente protecionismo global.

Durante a sua audição parlamentar, Álvaro Santos Pereira apresentou uma visão integrada dos desafios que a economia enfrenta, onde as "disrupções do comércio mundial agravadas pelas tarifas e guerras comerciais" ocupam um lugar central.

O economista salientou que, embora a dívida pública tenha diminuído, esta continua em níveis elevados, o que reduz a margem de manobra do Estado para responder a crises externas.

Neste contexto, um agravamento das tensões comerciais poderia criar "dificuldades adicionais aos exportadores", afetando setores vitais para a economia nacional.

A sua intervenção demonstra uma preocupação com a estabilidade financeira que transcende as questões puramente internas, reconhecendo que choques exógenos, como a imposição de novas tarifas, podem ter repercussões sistémicas.

Este alerta ganha especial relevância no momento em que se prepara para assumir um assento no conselho do Banco Central Europeu, onde estas dinâmicas globais são cruciais para a definição da política monetária.

A sua análise conecta ainda os riscos comerciais com outras vulnerabilidades, como a forte valorização dos preços da habitação e o endividamento das famílias, defendendo a necessidade de "prudência e disciplina fiscal" para garantir que o país tenha capacidade de resposta perante um cenário internacional adverso.